quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Jovem Laura -

Naquela noite de chuva, ela pensou em si mesma. Pensou que tudo o que poderia fazer, estava bem a sua frente. Era só esticar a mão e agarrar a incrível e inesperada oportunidade de ser quem sempre almejou. Uma mulher amada. Uma mulher desejada. Nada mais do que isso. Laura não apenas pensava naquela noite, mas em todas as noites que um dia desejou seu homem por perto, para que os dois pudessem juntos compartilhar seu amor , paixão e o fervor que tinham ao se encontrarem. Aquilo que por toda a vida, Laura quis, e que agora lhe era capaz, pois conquistara Jorge.
Jorge; O homem de sua vida, assim a menina pensara.
Laura; a doce menina de 15 anos, perdidamente apaixonada por ele, seu professor maduro, experiente e inesquecivelmente censurado. A menina nunca fora tão feliz como estava sendo a partir daquele momento.A partir do dia em que ela e o homem, perdidamente apaixonados ultrapassavam a linha tênue entre o limite e a inconsciência moral. Esse amor nunca poderia ser possível. Essa paixão nunca deveria existir. Essa loucura nunca poderia ter sido projetada em sua cabeça. Mas ela era assim. Eles eram assim, e não planejavam mudar de maneira alguma.
Se a felicidade pode ser encontrada em um pote de cereja, por que não descobri-la em um amor platônico?
Pra eles, nada daquilo era errado, mas á sociedade nada lhes parecia correto.
Afugentada aos braços de um homem bem mais velho, com seus trinta e poucos anos, amparando suas feridas adolescentes e recém descobertas de uma plena juventude inocente.
Laura agora era feliz.
Para ele, a melhor hora do dia era quando olhava para seus olhos ainda infantis, transpassando a inocência e a beleza original em formato doce de menina. Para aquele homem errado,a melhor hora do dia era quando tinha a companhia daquela criança. Uma criança aos olhos do mundo. A melhor hora do dia para ele, era quando surgia aquele som, suave como seda da boca de Laura ao tocar seus lábios.
Era quando comia o chocolate, e sobravam vestígios do doce no canto do lábio superior da jovem.
Era quando ela sorria.
Jorge era feliz.
Apesar do descredor da sociedade quanto a tal relacionamento, apesar de serem condenados sempre que vistos, apesar de ela ser uma criança e ele um homem, não conseguiam se ver longe um do outro.
Jorge e Laura se amavam, indescritivelmente e além de qualquer perspectiva ou razão que qualquer um pudesse explicar.
Apenas se amavam.

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