sexta-feira, 25 de maio de 2012

Casal pré-construído.

O casal em construção caminha em direção ao incerto, enquanto a juventude lhes acompanha incessante, quase que despercebida. O casal foi feliz, foi triste, foi tudo e foi nada. Foram tanto que se esqueceram do essencial: De serem perfeitos um para o outro.
 
O casal grita por dentro, chora por fora. Por cima, por baixo, pelos lados, pelos poros...
Mesmo sem dinheiro para reerguer as paredes da casa, eles pegam um empréstimo com o coração e se arriscam na obra pela enésima vez. Para depois de todo o sacrifício, colocarem o imóvel para alugar e partirem para outra. Se o casal infeliz soubesse há dez anos atrás o mau que me fariam hoje, pensariam melhor antes de se convidarem para uma cerveja no barzinho angrense.

Triste consequência de um casal pré-construído...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Rio

Andar pela Ilha do Governador é o mesmo que andar sobre um planeta longínquo. O clima abafado do Rio faz mal à minha saúde, e o céu acinzentado da Ilha, prejudica a inspiração de qualquer um. Busco forças para escrever sobre esse lugar de modo que não ofenda ninguém, mas acabo por ofender minha própria conduta. Sou de Angra dos Reis, e me acostumar com o Rio de Janeiro não é fácil. Angra é litoral carioca, o que deixa as coisas mais intrigantes. Também falamos com o "X" carregado, mas nos falta a malandragem da gema ao garantir posição nas coisas.

Andar pela Ilha do Governador olhando cada resquício de lixo pelo chão. Andar pelo bairro do Cocotá fingindo desbravamento, como se estivesse sozinha num mochilão por uma Europa alienígena. A cada passo, procurar Seu Paulo da pastelaria do Centro de Angra e suas histórias sobre a guerra em Israel, Afonso da padaria da esquina, Seu Carlinhos com sua inseparável cadeira de praia lendo a manchete do dia na beira da rua. Olhar para a cara dos estranhos cariocas que fazem questão de ingnorar por completo minha existência, e imaginar o que cada um fará quando chegar em casa. Será que tem pai? Será que tem mulher?

Amanhã começo na nova escola. Colégio Tia Lavôr, antigo Operón, onde estudou meu irmão quando criança. Espero que eu não morra no caminho, tentando atravessar uma das avenidas movimentadas, não seja assaltada, ou não tome a kombi (ou combe, não escrever) errada, como fiz hoje. Espero que não tentem me decifrar. Espero que não eu não caia nos encantos da suja cidade maravilhosa.
Nunca prometa o que não pode cumprir.

Não existe o utópico total amadurecimento.

Perder alguém não te faz mais preparado para a vida. Pelo contrário, te tira um pedaço do corpo. Como se de repente quem lhe ensinava a andar de bicicleta resolve soltar o apoio no começo do aprendizado. Você cai, se machuca, e é obrigado a aprender a pedalar sozinho. Como se a vida fosse uma grande árvore, e você, o fruto em processo de fortalecimento, pronto para ser colhido. O momento em que amadurece representa a morte, ou a vida. Depende do seu ponto de vista.
 Por essas e outras análises, constato o incontestável: Não existe o utópico total amadurecimento.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

"O problema é o seguinte: Não há problema!"

"O problema é o seguinte: Não há problema!". Entrando na discussão problemática de Eduardo, Hugo e Mauro do livro "O encontro marcado" sobre o terrorismo por eles inventado, coloco em plano a minha situação. Por não ser fácil me abrir com as pessoas, venho por este informar-lhes sobre meu estado espiritual e sentimental. Também não tenho dinheiro para psicólogo, e como já twittei há um tempo atrás: Quem não tem dinheiro pra terapia, faz blog.

 O fato é que venho passando pelo pior período da vida, desde a morte meu de meu pai, e parece que todos os barrancos do Rio de Janeiro caem em cima de mim agora. Simplesmente, não rola entender. Por algum motivo ainda desconhecido, o peso da vida vai para a adolescente em processo de descoberta, e por estar na chamada "fase mais chata da vida" por alguns, a tendência é tomar culpa dos problemas aparentes. Aí um dia você acorda, e a única pessoa que você quer abraçar pra sempre na vida, diz em alto e bom som que não lhe tem mais confiança. Oi? Cadê meu chão? Por não ter problema, a gente tende a cavar até o pré-sal pra encontrar a suposta culpa. 

Esse é um pequeno desabafo, que ninguém vai entender, e todo mundo vai entender. Se você que pergunta constantemente como estou, realmente quiser saber o que eu penso das coisas, leia este blog. Essa vai ser a minha conexão direta com o exterior, porque felizmente, só consigo me expressar através das palavras. Não, eu não estou bem, e não, eu não vou falar que não estou bem. Essa não sou eu. Meu coração anda decepcionado com tanta desconfiança inútil, tanta amargura alheia e tanta violência psicológica.
Tenho Deus sim, continuo buscando essa força que me inspira. Parem de achar que ele não está comigo, por favor! Se não estivesse, eu não seria mais capaz de respirar. Parem também com a hipocrisia do erro. "Você está errada! Você está enganada! Você está vulnerável!" E se o erro for a ausência de erro? E se o problema for a ausência de problema? Se engana aquele que se acha auto-suficiente de amor. Isso não é amor, é intransigência! 

A vida começa a apertar, mas se não for difícil, não é vida. E como bem acredito na palavra do Senhor: "É preciso que haja luta, para se alcançar a vitória!" 
Obrigada aos que se preocupam comigo, e que querem meu bem. Agradeço do fundo da minha alma em reparo, mas por favor, parem de perguntar como estou e leiam mais o meu blog. 

Atenciosamente, 
Coração da Luani.  

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Alerta para Terremoto!!!!

Mais uma noite no cursinho pré-vestibular, aula de geografia (aula da conversa). De repente me vira uma menina com cara de preocupada trazendo a seguinte notícia:
- Gente, estava vendo no jornal que tipo... Sei lá, disseram lá um negócio que eu fiquei muito bolada. Enfim, um carinha, pesquisador da Inglaterra disse que é muito provável que haja um terremoto aqui no Brasil no dia 08 de maio!!! - Todos riram com ar nervoso, até que em um momento de profunda reflexão, um menino ao nosso lado lançou em voz alta:
- A USINA!!! VAMOS TODOS MORRER!!!! - Mais pânico instaurado. Quando percebi, todos já faziam lamentações do que não viveram por serem jovens demais. Eu já conseguia me imaginar isolada pela radiação, com aquelas roupas brancas usadas em Fukushima. A menina completou:
- Não pode ser em maio, é meu aniversário!
Outra disse:
- E eu ainda não sou maior de idade!
E outra:
- Merda, já paguei a prova da UERJ!
Enquanto todas expunham seus medos e ambições, lancei a maior das minhas preocupações:
- Eu não posso morrer virgem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Todas caíram na gargalhada, espantadas pela revelação cara-de-pau. Concordaram acenando a cabeça e ficando vermelhas, até que me aparece a Larissa (melhor amiga escrota) com a solução perfeita:
- Ah, amiga... Qualquer coisa você dá pra alguém no dia 07.
E o Daniel (melhor amigo escroto) completa:
- Só se for pra você, né, Larissa?
O riso tomou conta do grupo, o professor copiava no quadro, e eu me sentia bem por saber que existem pessoas mais idiotas que eu no ciclo. Tanta besteira falada, tanta alegria num momento corriqueiro da vida. É fato de que nem todos dali, serão meus amigos pra sempre, mas que mania chata temos de pensar em futuro? E se tentássemos aproveitar o que é pra ser vivido, e deixar o depois pra... depois?
Não sei se vou passar pro vestibular esse ano, só sei que vou sentir muita saudade disso tudo.

Luani Mendes.

PS: Meus amigos me amam <3