segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Intolerância religiosa – Opinião própria ou desrespeito á liberdade de expressão?

No mundo atual somos obrigados a conviver com inúmeros tipos de desrespeito e preconceitos, formas degradantes e intoleráveis á uma sociedade feita de grandes homens ricos em sabedoria, jovens que lutam pela democracia e um alto índice de desenvolvimento econômico, da maioria dos países. O fato é, vivemos rodeados de pensamentos inconsequentes, talvez frutos de uma má criação , que acabam por resultar na falta de respeito, espancamentos, torturas, e em casos mais graves, genocídeos em massa.
Um dos temas mais questionados em todo o lugar, que gera muita polêmica por onde passa é a intolerância religiosa. Praticamente desde o início da civilização podemos observar o preconceito contra povos de diferentes religiões, desde a perseguição aos judeus, até os tempos atuais onde cristãos são mortos por defenderem sua religião em um país onde esta não é predominante.
Se olharmos para trás, conseguimos identificar a ira que se propaga contra quem não foi criado debaixo dos mesmos valores religiosos, gerando como consequência o desprezo e aversão pelo próximo.
Um terrível acontecimento que ficou marcado de vez na história da humanidade foi o holocausto. Cerca de seis mil judeus sendo executados (dentre eles mulheres, crianças, idosos e pessoas de alto poder econômico) nos chamados campos de concentração, em meio ao cenário da Segunda Guerra Mundial. Comandado pelo Governo Alemão Nazista de Hitler, que se dizia superior a qualquer raça, exterminando como animais judeus, ciganos, testemunhas de Jeová e outros, o holocausto é considerado um dos mais terríveis e impiedosos atos de desrespeito a liberdade de expressão humana, porém ainda capaz de formar seguidores cegos a ideologia
O povo judeu, ao longo do tempo veio adquirindo a má fama de perseguição pelas décadas, desde a Antiguidade quando perseguia cristãos, á idade média quando se tornaram alvos principais da igreja católica.
Devido ao fim do holocausto, os EUA decidiram criar o Estado de Israel, no qual a religião predominante seria a judaica, porém tomaria parte do território muçulmano da Palestina. Por conta de inúmeros conflitos a partir da criação do novo estado, hoje se estabelece uma constante luta entre judeus e muçulmanos, que já tomou a vida de milhares de pessoas de ambos os lados.
O preconceito nas universidades Israelenses esbanjado pelos dois povos, é algo infindável. Jovens que cresceram aprendendo a rejeitar o outro, tornando suas ações completamente antiéticas, fugindo dos padrões morais adotados por quem não deveria ter esse tipo de aversão. A questão dos muçulmanos e dos judeus é extensa, polêmica e complicada demais para ser debatida em apenas um simples texto, estaria os privilegiando se desse mais importância a tal assunto.
Nos dias atuais, é possível enxergarmos uma intensa batalha de posições sociais e cada dia que passa, a inaceitação quanto a liberdade de expressão religiosa. Mas a questão a ser levantada é: Até que ponto somos culpados? Será que realmente estamos certos?
Há ainda a questão dos ateus, que não são adeptos a nenhuma religião, e sofrem tamanha descriminação por tal escolha. Umas pregam o amor, o equilíbrio, o respeito a natureza, a compreensão e o perdão. Diferentes rituais sagrados, hábitos rotineiros, orações obrigatórias, alta devoção, fé, e até mesmo leis constitucionais regidas pela teocracia. Costumes e crenças que vivemos sendo obrigados a conviver e a respeitar, independente se seguirmos alguma delas ou não, somos acima de tudo seres humanos, com as mesmas características biológicas.
A intolerância muitas vezes passa do limite da heterodoxia, chegando a atingir o grau dos valores educacionais em uma sociedade. Aprender a aceitar é uma dádiva que tomamos e digerimos através dos tempos, com a sabedoria necessária a ser adquirida nas experiências da vida.

Sombras do Passado

Tarde de quarta-feira. Tinha comigo uma ardência profunda originada de minha alma. Cavei lembranças nunca apagadas da memória adolescente, na maioria das vezes por muito esquecida. Mas essas não, nunca. Como poderia esquecer-me das brincadeiras infantis, das perguntas inocentes, dos jogos com o irmão no quintal da velha casa aos seis anos, dos flagrantes aos namorados no portão? Tomei posse de minha bicicleta naquele doce fim de tarde. Gostaria que o tempo estivesse quente para junto aquecer-lhe a leitura, mas fazia um frio; Para o deleite da minha tristeza.
Cheguei a passar pela minha antiga escola, sempre embalada ao som de alguma banda melancólica infiltrando-se por meus ouvidos. Olhava para a parte de dentro: Pátio, refeitório, portas das salas... Todas me transportavam para alguns dos momentos mais felizes de minha vida, aos quais nunca conseguira perceber com antecedência. Nunca conseguimos e depois quando tiramos consciência do passado, procuramos palavras para completar o vazio proporcionado pela imaturidade. E como ato seguinte tendemos a nos torturar por dentro com as frases "gostaria de voltar aquele tempo", ou "como eu era feliz". Infelizmente, exato foi como me senti.
Olhava ao lado e só conseguia enxergar crianças felizes por encontrarem seus pais a sua espera no horário de saída. Meus amigos vinham descendo as escadas dando adeus as professoras e correndo abruptamente aos braços dos homens de família. Me vi perdida, onde estava a pequena? Sim lá estava! Rosto puro, livre de pecados. Me sentiria uma perfeita idiota se tentasse descrever a leveza das minhas expressões ainda infantis.
Igual ao restante, fui me despedindo de todos e com os olhos aflitos ia procurando por meu responsável, até que de tanto procurar acabei avistando de longe o fusca branco parado na esquina a minha espera. Corri o mais rápido possível, como quem corre da morte para algo melhor. Ao entrar no carro me deparei ainda com a figura doce de meu pai. Me perguntou sobre as aulas, como havia tido com os colegas e aonde gostaria que fossemos. Eu criança sorria, admirando cada característica de sua face, cada resquício deixado pela idade, a forma como carregava consigo os óculos de armação redobrável- que hoje é minha mãe quem os usa - o relógio de sempre que nunca tirava do pulso, as canetas no bolso, o cheiro das mãos... O carro deu partida e com o tempo foi-se a figura emblemática de meu pai.
Os amigos de antigamente, os problemas não tão impossíveis de se resolver, escolhas e decisões tomadas me fazem crer que pude ter errado ou acertado. Afinal, é para isso que servimos, não?
A vontade que tenho é de permanecer pelo resto da vida com meus cinco/seis anos de idade, quando na casa ainda era o centro das atenções, a caçula espevitada que de tempos arrancara sorrisos da mãe. Dez anos passados a única coisa que arranco de minha mãe são reclamações aos céus por ter uma filha acomodada. Eu que aos seis anos me imaginava nos dias atuais realizada de todas as formas possíveis, me perdi num oceano de profusões mal resolvidas.
O passado se atenua as minhas costas teimando em reaparecer a qualquer momento em forma de espontâneas emoções e choro incontrolável.
É estranho, estou crescendo.