quarta-feira, 26 de junho de 2013

D

d.
d de dancei
dancei na dança do amor.
na dança do amor,
dancei.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O jacaré

Todo mundo que participa da minha vida tem uma grande parcela de culpa sobre as coisas que eu costumo pensar. Todo mundo é um personagem fundamental nessa cena que é viver. Hoje no meu horário de almoço, passando pela área de jogos pras crianças no shopping, me vi ali naquele mesmo piso há uns doze anos atrás. Minha mãe me segurando pela mão, me ajudando a enfrentar o medo de entrar na boca de um jacaré inflável porque eu realmente achava que se entrasse ali não sairia mais.

Aí eu fui, morrendo de medo daquela situação, só que quando cheguei nos dentes do bicho meu corpo travou e não conseguia dar um passo a frente. Quis sair correndo, ir pra minha casa e nunca mais sair na rua.
Agora, doze anos depois, me vejo numa situação um tanto parecida só que o bicho se chama "minha gerente" e eu não posso sair correndo chorando pra minha casa (por mais que eu queira) por questões de "preciso do dinheiro". Enfim, como o que eu mais faço no trabalho é viajar olhando pro nada, formular algumas ideias sem sentido ou que tenham tudo a ver, achei interessante essa analogia da minha infância com a minha presente metamorfose.
Nunca a Luani pirralha iria imaginar que um dia o jacaré se tornaria sua menor preocupação.

O Adilson poderia ter sido o homem da minha vida.

E se eu tivesse atendido as ligações do Adilson q eu conheci no carnaval?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Primeiro emprego - O espetáculo está só começando!

Nunca me passou pela cabeça que trabalhar numa loja de shopping fosse tão exaustivo e estressante como realmente é. Nunca me passou pela cabeça que os lojistas fossem tão competitivos como realmente são, como devem ser, como fogem de um sonho e se aquietam num conformismo solidário.

Trabalhar de vendedora numa loja de roupas femininas tem seus prós e contras em seus múltiplos ângulos. Posso afirmar que é tudo uma grande peça teatral, da qual eu, mera novata, sou apenas uma figurante tentando ganhar meus míseros reais no final do mês. Antes da loja abrir a gente limpa tudo, varre, espana vitrine, deixa tudo num brilho só. Aí subimos ao estoque, sentamos num banquinho e começamos o processo de embelezamento. Arruma-se o cabelo daqui, enche-se a cara de maquiagem de lá, uma fofoquinha acolá, unhas novas, mulheres que transam (de todos os jeitos possíveis), que fazem questão de expor suas vidas pessoais pra mim, que são casadas, que são noivas, que são escravas do trabalho, que são escravas de um dia pesado, que não sabem o que querem mas que sabem que não querem passa o resto da vida ali.

Aí eu puxo um banquinho e apenas presto atenção nesse mundo engraçado. São todas da faixa dos 20 anos, envolvidas com alguma responsabilidade, algo que as prendam mas que as fazem se sentir seguras de um certo modo. Então a gente desce, já lindas e prontas para vender. A porta da loja abre assim como as cortinas de um palco mas as atrizes somos nós. Eu estremeço dos pés à cabeça. É o palco da minha vida. "Nunca vire de costas para a frente da loja", me disse uma das vendedoras, "e fique sempre com a sua postura ereta. Quando um cliente entrar, aborde com simpatia mesmo que seu dia esteja péssimo. Nunca tire o sorriso do rosto, mostre variedades das novas coleções, monte um look para a cliente, ache as roupas no estoque, não erre a boleta na hora da venda, não use diminutivos com as clientes, esteja sempre com o cabelo impecável, nunca sente no sofá ou em qualquer outro lugar, não se apoie nos móveis da loja e lembre-se... a cliente tem sempre razão. Entendeu?" "Claro!", afirmo com tom de medo na voz.

Assim é o início do meu teatro diário. No início faço de tudo para acertar e como consequência factual, o erro me persegue. Reprimo mentalmente as meninas que xingam as clientes que não compram nada na loja mas logo me rendo a esse pecado, sou hipócrita mas também sou filha de Deus. Subir no estoque cerca de 15 vezes, ter a sorte de achar os produtos pra no final a pessoa não gostar de nada é como uma bala de borracha no olho.

Me perco sob minhas análises antropofágicas sobre as relações humanas nesse meio tão ambíguo que é uma loja de shopping. Ainda tento entender os motivos dos nervos a flor da pele, da facilidade em fazer com que a outra se sinta diminuída, da rapidez com que as coisas devem ser feitas e resolvidas, com a falta de compreensão de alguns. Entretanto, ali ninguém me conhece. Ninguém sabe que eu tirava as melhores notas em história na escola, que eu quero ser jornalista, que eu jogo futebol, que eu sou uma anta em matemática, que minha mãe tá em Angra, que eu gosto de friends e que eu viajo na batatinha. Ali eu sou a vendedora Luani, a mais novinha do grupo que tenta de todas as formas dar seu melhor no trabalho. Sigo em frente e aguento o rojão. Desço as escadas do estoque e me deparo com um papel ditando a meta diária da venda que cada uma deve ter ao final do expediente com um recadinho final dizendo "O espetáculo está só começando!".

domingo, 2 de junho de 2013

Não me representa

Sempre soube que o amor era uma doença mas agora me vem com essa de ter cura?
Aí não pode.