Eu deitada em minha cama, resolvi gritar para minha mãe que dobrava roupas no quarto ao lado:
- Mãe, nós somos os sonhos dos que agora dormem! Você gostaria de ser sonho?
Então ela gritou do outro lado, convicta de sua resposta: Eeeeeu não!
- Por que???? - Me assustei.
- Porque eu quero ser realidade. Os sonhos acabam muito rápido. -
Então, sacando seu joguinho, resolvi surpreender:
- Ué, mas tudo que é bom dura pouco, não é mesmo?
Minha mãe ficou um pouco desconsertada, tentando encontrar argumentos nos tecidos que passava e guardava em seu armário, então continuou:
- Não acho não. Já falei que quero ser realidade.
- Mas por que, mãe? A realidade não é tão brutal, e verdadeira?
- Exatamente. Prefiro existir, porque a gente não pode fugir disso. É a NOSSA realidade.
Depois dessa, entendi que havia perdido mais uma batalha para minha sábia mamadí, e que opinião a gente não se discute. Mas eu sou bem diferente dela. Sou Poliana Moça, otimista e cheia de poesia pra botar pra fora, então vou continuar cantando versos do meu escritor carioca, acreditando que ainda "somos os sonhos dos que agora dormem."
(O escritor que falo é o queridíssimo João Paulo Cuenca, amor da minha estante)
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