sábado, 2 de abril de 2011

Se eu fosse jovem como nos sonhos




Eu, como mais uma em um perplexo oceano de ilusões, me chamo K. Sinto que não posso mais sentir. Sinto que não consigo enxergar. Sinto, que por tantas vezes me perdi, e na perda inconsciente, me achei no profundo e gratificante entendimento do real. Perdi meu pai, e agora? Me vi mais perdida do que se possa imaginar. Não tem como imaginar. É como perder um braço, que te auxilia nas suas ações e te ajuda a realizá-las da maneira correta, mesmo que seja o esquerdo. O braço é mais no sentido figurativo. Queria eu ter perdido um braço. É estranho, duro, impiedoso e inconsequente, mas tudo na vida tem um propósito, disse minha mãe. Mas que propósito é esse? Merda, ele não tá mais aqui!
Se eu fosse jovem como nos sonhos, e intensa como gostaria, a vida seria mais simples. Se tudo que sempre quis, se transformasse em pó, e descobrisse que nada daquela ideologia era real? Será que aguentaria?
Me sinto sozinha, nesse exato momento. Me senti sozinha, naquele exato momento. Lembro que conseguia rir, desenhar na aula de artes, e fingir que nada estava pra acontecer. Mas por dentro, só Deus sabe o por dentro. Disso tudo, tirei que a vida nada mais é do que uma grande escola. Não pra te ensinar, mas pra te fazer passar pelas piores e melhores escolhas que já tenha feito. Afinal, eu nunca aprendo quando leio o livro de artes. Aprendo tentando fazê-la.

Por: Luani Mendes

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