
Ninguém me deixa escrever, ninguém me deixa pensar. Ninguém me deixa.
No silêncio da madrugada, apenas nele encontro o melhor que a vida é capaz de produzir.
O silêncio dos inocentes, o silêncio da humanidade, a paz de espírito que cada um procura, a paz de espírito que eu sempre procurei. Achei. Acho que achei.
É estranho ser normal, diferente ser tão autêntico sem aquela preocupação de estar infringindo alguma lei imposta por alguém. Mas nela achei. Na doce madrugada, regada a lúdicas reflexões, poetas incompreendidos, a noite fria e o sono do mundo. Enquanto todos dormem, em seu maior estado de paz e descanso total a qualquer adversidade, eu encontro a afirmação que tanto procurava. Aquela que nunca achei. Aquela que ontém procurei. Aquela que agora confirmo sob o luar da noite. O sereno relaxante me fez sentir melhor. Lendo textos complexos e ao mesmo tempos tão claros de Clarice Lispector, descobri quem eu era. Foi na madrugada.
Trancada no quarto, o mundo tridimensional como custumo citar, de todos os adolescentes, pude perceber o valor das coisas. Eu, assim como ela, não me entendo. Entendo todos os valores éticos e sociais que existem, entendo questões econômicas que envolvem a capitalização das maiores potências do mundo, entendo a complexa política de países "problemáticos"... entendo tudo, menos a mim mesma. Mas concordo com Clarice. O não entender, desse modo é um dom. O bom é ser inteligente e não entender. Foi nessa madrugada, que hora me acalma e hora me dá medo. De dia ninguém me deixa escrever, de noite não consiguia entender. Se vivo na madrugada, é somente para a pura beleza das palavras, o doce conheçimento hostil que teima em não querer ser descoberto.
Não entendo nada disso, e acho que vou continuar sem entender. A conclusão dessa teoria foi que realmente descobri quem eu era. Uma pessoa imcompreendida por si mesma. entendeu?
Na madrugada não tem como não se encontrar..Queria eu que por apenas uma madrugada não ter medo ou ancia em o que vou descobrir de mim... Não há como fugir, do silêncio, do coração e da alma da gente de madruga. Não a melhor maneira de realmente nos conhecermos..." E claro ler um bom livro, para nos misturarmos tanto com seus personagens a ponto de não sabermos mais quem é quem. É o melhor horário para ler pelo menos para mim.
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