domingo, 17 de fevereiro de 2013

Uma outra Maria...

Já contei a história de Maria aqui? Não? Pois bem... Maria sempre teve tudo o que quis, sempre fez tudo o que achava que seria certo, estava pouco se fodendo para o que os outros malandros achassem. Maria é da Lapa. Sente que só lá pode ser a personagem de si própria, o heterônimo perfeito. Maria não tem sobrenome, nem medos ou insegurança, afinal, se chama Maria. O nome mais forte que uma mulher pode ter.

Não é um dom, uma certa magia, ou uma força que alegre qualquer artista abobado. É apenas uma situação prazerosa, um sorriso espontâneo pelo qual bêbados se permitem apaixonar, envoltos num submundo das oportunidades. Numa dessas aventuras cariocas, Maria perdeu a habilidade de se blindar contra o amor, e se apaixonou numa noite carnavalesca. Se o amor fosse convencional, aceitável mediante aos parâmetros e as leis divinas, eu, mera interlocutora dessa estória, não definiria  esse texto como apaixonado. Seria um sóbrio ensaio sobre a diversão entre duas pessoas. Entretanto, algo mais aconteceu...

De repente, Maria se viu perdida entre as inúmeras flores e notas musicais (talvez) no corpo de uma (sim, uma) bela colombina. Maria podia ter se apaixonado pelo Pierrot ou pelo Arlequim, mas preferiu a linda Colombina de óculos de armações quadradas e cabelo bom. Tinha mais a lhe oferecer. Tinha graça, sorriso doce, mistério no olhar, era a poesia viva, a poesia que Maria nunca teve dentro de si. Não sabia aonde aquilo iria chegar, ou se um dia realmente chegaria. Chegou. Então Maria teve febre, não entendeu, foi embora e percebeu que estava apaixonada e que "O último romance" na voz de Rodrigo Amarante faz todo o sentido. Maria não sabe se acabou ou se vai durar, não sabe da Colombina, não quer saber mais de carnaval ou de aventuras undergrounds. Nunca soube amar, nunca entendeu o momento certeiro em que se começa um amor. Maria é efêmera.
Isso foi o que me contaram...

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