quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Sendo infinita


Acabei de assistir o filme "As vantagens de ser invisível". É daqueles que mexe com a cabeça de qualquer adolescente, apesar de não ser um grande filme. É um bom filme porque te toca em alguma coisa, aí surge aquela catarse momentânea da qual você se vê nas cenas e percebe que aquilo ali poderia ser um pouco a sua vida. 

Me mudei para o Rio em 2012, com 17 anos cursando o último ano do Ensino Médio. Poderia ter esperado até entrar na faculdade no ano seguinte, mas devido a um turbilhão de problemas familiares, essa foi a única saída. Deixei para trás meus melhores amigos, minha cidade do interior do Estado e vim para uma grande cidade abarrotada de gente e mais problemas. Quando cheguei, não esperava algo pior para acontecer na minha vida. Sem amigos, sem televisão a cabo (consequentemente, sem estúdio i e maria), sem internet, sem livros, sem privacidade, sem certeza de nada. Meu primeiro dia na escola foi do tipo mais estranho. Nunca havia estado em um lugar em que realmente nunca havia conhecido, e claro, todos olhavam para mim. Na minha cabeça era assim que funcionava. Então cheguei na sala, sentei num canto e comecei a observar um grupinho na fileira do outro lado. Uma menina com uma cara bem interessante com mais dois garotos. Enquanto riam, a única coisa que eu pensava era na certeza de que seria amiga dessas pessoas. 

Os meses passaram mais rápido do que eu imaginava, e fui me adaptando aos novos costumes de pouco aos poucos. A saudade dos meus amigos de Angra apertava a cada dia mais, principalmente quando lembrava o quão perfeitos eles são pra mim, e como nos encaixávamos bem no fato de não termos nada a ver com o que esperavam que fossemos. No meu próprio tempo, fui descobrindo o grande porquê de o destino ter feito com que eu me mudasse dessa maneira ão rápida. Era preciso sair da zona de conforto para  conhecer o novo, arriscar no incerto, o tiro tem que valer a pena no final das contas. É necessário pular da pedra mais alta, mesmo que no meio do caminho o medo de morrer se torne maior do que a vontade de fazer alguma coisa e viver de verdade. É preciso ter coragem por alguns segundos pra falar o que quiser, beber o que quiser, gritar o que quiser e beijar quem você quiser. 

Hoje, posso dizer com confiança que estou no caminho certo, e esses probleminhas que a vida nos impõe são fundamentais para a construção de quem vamos nos tornar daqui a dez, ou vinte anos. Sei muito bem o que quero, mas não quero que essa certeza se transforme em algo que eu nunca quis. 

Bom, só sei que estou muito feliz, de um jeitinho que eu nunca fiquei antes. Existem muitas formas pra ser feliz, e essa é bem gostosa, a tal da autoestima. Independente do que vão achar, eu sei o que está sendo bom pra mim nesse momento, e quer saber? Tá dando muito certo! Auto-descobrimento. Coragem. Tudo isso é muito foda, nada é fácil, mas como o bacana da coisa é arriscar, estou no lucro. 

Assistam o filme! 

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