domingo, 17 de julho de 2011

Aquele passageiro, sabe?



Tem horas que isso me parece tão estranho, sem sentido. Outro dia mesmo nos encontramos na praça central da cidade. Ele me olhou bem lá dentro dos olhos, de um jeito que faz as pernas quererem ceder e você tem que tomar o controle, sabe? Me levou ao centro do lugar que na noite fria de domingo já não havia tantas pessoas circulando, apenas jovens e não tão jovens bebendo e sorrindo regidos pelo som da música ao vivo de um artista de barzinho, tão romântico. Apenas eu e ele, encarando um ao outro. Chovia fraco mas não fizemos disso um empecilho para felicidade. Enquanto continuava a me encarar, fiz que olhava para o lado quando fui surpreendida por um beijo. Sincero, imaturo... Nos beijamos por um bom tempo e eu ouvia o cantor do barzinho ao lado tocando "Garotos". Ironia?
Andamos, conversamos sobre mil e uma coisas. Me contou sobre sua família, o amor pela irmã e o apreço pelos pais. Família conservadora, tradicional, sabe? Andamos mais um pouco até que pegou minha mão, meio sem jeito, carinhoso porém ainda mostrando para quem quisesse ver que aquela mão pertencia a ele, pelo menos naquele momento.
Sabe, sou bem jovem. Sou sim! Mas há muito não sentia aquilo na presença de um homem. Nunca colhi da reciprocidade afetiva masculina. Sempre espalhafatosa, sem medir as consequências. Também pudera! Para mim todos são defeituosos, insensíveis, imaturos, estúpidos, sensíveis em excesso, calados, feios, desarrumados, um sorriso torto, uma espinha aqui, outro defeito ali... Meu grande problema é pensar demais. O beijei e já nos imaginei com filhos em uma casa simpática isolada da cidade. Durante a semana o apresentei a meus pais. Recebi até anel de compromisso! Casamos sem que o noivo estivesse a par da situação.
Nunca comecei um relacionamento sem que em menos de duas semanas não achasse que a vítima seria um perfeito idiota.
Até agora não sei ao certo se o amei mas me doei naquela hora, minuto e segundo. Tive saudade quando não o vi durante a semana e já na seguinte não mais o quis como antes. Nos encontramos novamente e nada das faíscas do primeiro dia. Onde estava o ardor que havíamos depositado na caixinha de nossos corpos? Não me encarou como me encarara antes...
Estranho, sem sentido? Sim! A vida tem disso. Muita inocência atribuída a duas pessoas que mal sabem respirar, quem dirá amar.
Se foi amor? Acho que nunca vou saber. Mas pra mim a felicidade é isso, sabe? Um momento fugaz que pode fazer suas pernas quererem ceder e você precisa retomar o controle da vida.

Um comentário:

  1. minha amiga descobri em vc uma grande poetisa!já pensou em escrever um livro!
    carlos alexandre dinucci de mello prof.de história
    ps:leia o meu blog:http:\\ciberhistoria.zip.net
    ps2:gostei de saber q vc gosta de história!

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