domingo, 3 de abril de 2011

Almoço em Família



É tão raro quando sentimos aquela sensação de dever cumprido, com relação a nossa família. É claro, sabemos que estão ali, e é evidente que os amamos. Mas são nas pequenas e nas maiores ações, que conseguimos enxergar seu verdadeiro valor. Como foi dito no post anterior, perdi meu pai, e como consequência imediata, me fez valorizar ao extremo cada minuto passado com minha mãe durante esses quatro anos. Essa se encaixaria na maior, porém trágica situação vivida, ao longo dessa minha extensa jornada de dezesseis anos. As pequenas ações, penso que podem ser vividas a cada dia, em forma de abraço apertado, uma brincadeira carinhosa, uma comédia romântica assistida no sofá, e principalmente os almoços de domingo. Podemos ter todos os defeitos do mundo, e só Deus sabe como temos! Mas são almoços como o de hoje, que nos fazem perceber o quanto são importantes pra nós. em uma semana normal, é cada um no seu canto. Ele com seu prato de comida na sala, ela no quarto, e eu solitária na cozinha, esperando como em um último sinal de solidariedade, que os egoístas que dizem que estou sempre errada, se sentem a mesa como pessoas normais, e esqueçam a novela ou o futebol por pelo menos um instante. Egoístas, por não dividirem as conversas que tiveram no trabalho, as descobertas de si mesmos que executaram ao longo da semana. Aquilo que nunca disseram, mas que talvez naquele momento, teriam a chance de dizer. Egoístas por quase nunca compartilharem o que devia ser compartilhado. Disse a ela uma vez, que preferia ir na casa de uma amiga, ao ficar em casa. Fui desnecessariamente chamada de ingrata, que valorizo mais amizades do que deveria. Mas e você? Não valoriza mais a tv do que a mim? Ficou engasgado, mas se dissesse isso, seria um mês sem computador.
Sei que hoje, finalmente conseguimos ter o que há tanto tempo, não conseguíamos. Um verdadeiro almoço em família. Fiquei mais feliz do que se tivesse ganhado o celular que tanto quero, e pelo menos pra mim isso prova que os amo, mais que tudo.


Por: Luani Mendes

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